O lodo contém microrganismos
patogênicos que refletem de maneira direta o estado de saúde da população,
contém também metais provenientes da própria natureza dos resíduos e das
canalizações e contém, também, metais oriundos dos despejos industriais
lançados na rede de coleta de esgotos domésticos, sendo o maior contribuinte
desses metais no lodo das estações de tratamento de esgotos devendo assim ser
tratado.
Existem alguns métodos para
o tratamento do lodo, porém a secagem natural do lodo é o mais antigo e de
menos custo. Os leitos de secagem são unidades de tratamento, geralmente
projetadas e construídas em forma de tanques retangulares, que têm por objetivo
desidratar, por meios naturais, o lodo digerido (Soares, et al. 2001, apud Jordão
& Pessoa, 1995). São operados em regime de batelada, sendo que antes da
aplicação de cada nova batelada há a remoção do lodo seco.
A secagem natural do lodo
resulta em um produto com baixo teor de água, facilitando sua remoção e
transporte, e possível ausência de patogênicos, acarretada pela exposição ao
sol. O processo de desidratação de lodo em leitos de secagem não é muito bem
definido, existindo uma lacuna quanto ao perfeito entendimento dos fenômenos
que englobam a secagem do lodo e dos parâmetros que possam ser tomados para o
dimensionamento do leito. A própria Norma Brasileira, NBR 12209/92 (ABNT, 1992)
que fixa as condições para o tratamento do lodo, não possui critérios que levem
em conta as características do lodo e, tampouco, da região em que o leito de
secagem vai ser construído. (Soares, 2001)
Tem como vantagens seu baixo
valor de investimento, necessidade de operador com baixa qualificação, baixo consumo de energia elétrica e produtos
químicos, baixa sensibilidade a variações nas características do lodo. Como
desvantagens os problemas com a secagem do lodo, durante os períodos chuvosos, isco
de liberação de odores desagradáveis, proliferação de moscas, possibilidade de
contaminação do lençol freático, caso o fundo dos leitos e o sistema de
drenagem não sejam bem executados e necessidade de estabilização prévia do
lodo, a operação é manual, na remoção do lodo desidratado ocasiona uma elevada
necessidade de mão de obra, com certos riscos à saúde dos operadores e comparado
aos outros processos de secagem, requer grandes áreas.
Fonte: www.incaper.es.gov.br
Referências
ABNT.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. Projeto de estações de tratamento de
esgoto sanitário, 1992. Disponível em <http://www.fortaleza.ce.gov.br/sites/default/files/nbrn12209.pdf>
Acesso em 01/12/2015.
SOARES,
Sérgio RA; DE MATOS, Zanna MR; BERNARDES, Ricardo S. Modelagem do processo de desidratação de lodo anaeróbio em leitos de
secagem simulados. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental,
v. 5, n. 2, p. 313-319, 2001.
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