terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Leitos de secagem de lodos

O lodo contém microrganismos patogênicos que refletem de maneira direta o estado de saúde da população, contém também metais provenientes da própria natureza dos resíduos e das canalizações e contém, também, metais oriundos dos despejos industriais lançados na rede de coleta de esgotos domésticos, sendo o maior contribuinte desses metais no lodo das estações de tratamento de esgotos devendo assim ser tratado.
Existem alguns métodos para o tratamento do lodo, porém a secagem natural do lodo é o mais antigo e de menos custo. Os leitos de secagem são unidades de tratamento, geralmente projetadas e construídas em forma de tanques retangulares, que têm por objetivo desidratar, por meios naturais, o lodo digerido (Soares, et al. 2001, apud Jordão & Pessoa, 1995). São operados em regime de batelada, sendo que antes da aplicação de cada nova batelada há a remoção do lodo seco.
A secagem natural do lodo resulta em um produto com baixo teor de água, facilitando sua remoção e transporte, e possível ausência de patogênicos, acarretada pela exposição ao sol. O processo de desidratação de lodo em leitos de secagem não é muito bem definido, existindo uma lacuna quanto ao perfeito entendimento dos fenômenos que englobam a secagem do lodo e dos parâmetros que possam ser tomados para o dimensionamento do leito. A própria Norma Brasileira, NBR 12209/92 (ABNT, 1992) que fixa as condições para o tratamento do lodo, não possui critérios que levem em conta as características do lodo e, tampouco, da região em que o leito de secagem vai ser construído. (Soares, 2001)
Tem como vantagens seu baixo valor de investimento, necessidade de operador com baixa qualificação,  baixo consumo de energia elétrica e produtos químicos, baixa sensibilidade a variações nas características do lodo. Como desvantagens os problemas com a secagem do lodo, durante os períodos chuvosos, isco de liberação de odores desagradáveis, proliferação de moscas, possibilidade de contaminação do lençol freático, caso o fundo dos leitos e o sistema de drenagem não sejam bem executados e necessidade de estabilização prévia do lodo, a operação é manual, na remoção do lodo desidratado ocasiona uma elevada necessidade de mão de obra, com certos riscos à saúde dos operadores e comparado aos outros processos de secagem, requer grandes áreas.

                                Fonte: www.incaper.es.gov.br


Referências

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Projeto de estações de tratamento de esgoto sanitário, 1992. Disponível em <http://www.fortaleza.ce.gov.br/sites/default/files/nbrn12209.pdf> Acesso em 01/12/2015.   


SOARES, Sérgio RA; DE MATOS, Zanna MR; BERNARDES, Ricardo S. Modelagem do processo de desidratação de lodo anaeróbio em leitos de secagem simulados. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 5, n. 2, p. 313-319, 2001.
                           


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